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segunda-feira, 30 de julho de 2012



           Alma de Cantador

No meu peito palpita as cantorias
Dos poetas cantadores andarilhos,
O meu canto revela longos trilhos
As manhãs do sertão nas invernias.

Minha voz tem gorjeios de alegrias
Uma mãe afagando os seus filhos,
A criança mostrando doces brilhos
Os orvalhos pingando em calmarias.

Nos acordes, imagens do sertão,
São paisagens do canto coração,
Entre os tons do meu peito cantador.

O cantar faz borbulho nos meus dedos!
Como o lindo concriz nos arvoredos,
Solto a voz do meu canto sonhador.

quarta-feira, 18 de julho de 2012



                Saudoso Cenário

Um pequeno carrinho de madeira
Arrastado num plácido cordão,
Dando giros, correndo sobre a mão,
Um ligeiro pião de goiabeira.
Minha vida era só de brincadeira
Construindo a feliz aliança.
Hoje guardo no cofre da lembrança
As imagens dum tempo imaculado;
No saudoso cenário do passado
Vejo o filme do tempo de criança.

O cavalo de pau sempre ligeiro
Cavalgava no campo da inocência;
A natura pra mim era a essência
Onde o peito sentia-se maneiro.
O bodoque de pau de marmeleiro
Atirava mil flechas de esperança;
No veloz pajeú fazia uma dança
Sobre as águas cruzando lado a lado;
No saudoso cenário do passado
Vejo o filme do tempo de criança.

A biloca corria nos meus dedos
A peteca beijava a minha mão;
Uma pipa buscava a imensidão
Onde habitam inóspitos segredos.
Sob a sombra dos velhos arvoredos
Escutava os concrizes na festança;
Foi um tempo de mágica bonança
Que revelo do meu peito inspirado;
No saudoso cenário do passado
Vejo o filme do tempo de criança.

Cada imagem vivida no sertão
Faz brotar do sentir lindo momento;
Cada cena demonstra o sentimento
Revelado na voz do coração.
O passado me traz recordação

Revivendo no peito uma herança
Dum menino coberto de pujança,
Que vivia no campo o seu reinado
No saudoso cenário do passado
Vejo o filme do tempo de criança.